sábado, 21 de novembro de 2009

À Portuguesa




Estamos a iniciar a época em que a costa portuguesa nos deleita com a mais variadas espécies da sua fauna marítima. Há que aproveitar a generosidade do mar. É o que estamos a fazer, percorrendo a cozinha tradicional portuguesa na sua vocação marítima. Servimos lavagante a solo, em arrozada ou acompanhado de uma das variantes de sémola de trigo ( massa). Corvina e robalo também em idêntica triologia. Aviso à navegação: a migração piscícola e crustácea, para a nossa cozinha, vai continuar.

sábado, 7 de novembro de 2009

A solo e muito bem acompanhado

desviada do facebook do Rámon


O marco cinquentenário é para mim coisa obsoleta. Quando me vi confrontado com essa questão existencial, pensei na minha entrada para o clube dos anciãos ou dos velhotes radicais-essa versão actual dos velhinhos modernos do Fernando Girão. Porém o tempo indicou o contrário. Ainda estou para umas curvas. Mas há quem, na mesma situação e de forma superior, faça obra dizendo que está na hora. É o caso do Rámon, que a 1 de Novembro, acompanhou mais duas voltas da terra em volta do sol. E aproveitou o ensejo para nos apresentar o Herr G - 51.11 mostrando que é momento de começar ou melhor, de revelar aquilo que adiantado no tempo, a gaveta foi guardando e a irreverente e superior qualidade criou. Chegou a hora de ouvirmos o Rámon como músico dele próprio.
http://www.herr-g.com/

Entrevista ao Expresso

terça-feira, 6 de outubro de 2009

pudim de gila



Com a frescura do tempo o doce apetece mais. Das variadas espécies de abóboras a doçaria convoca a patamar superior, a variedade gila, ou chila, como nós aqui no Minho perferimos chamar, na sua versão de doce da dita cuja. Passada a labuta da confecção doceira, que se inicia com o atirar da cabaça ao chão, avancemos com o doce já concluído e agora na condição de parceiro imprescendível para a confecção do postre. E diga-se, que o seu contributo foi soberbo. É essa a opinião de quem o degustou, hoje no Bocados em Ponte de Lima.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vinho Verde o melhor ano da década

Uvas Loureiro




Os dados finais só serão apresentados em Novembro, mas a qualidade das uvas da Região dos Vinhos Verdes é excepcional. Os valores quantitativos para já ainda não são conhecidos, dado que surgiram novas plantações na área de influência das mais nobre castas a Loureiro e Alvarinho que trarão também ainda mais qualidade.
Para o Presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro, “este é já, garantidamente, um ano excepcional quanto à qualidade das uvas. Podemos mesmo concluir que é o melhor ano da década para o Vinho Verde”.
Este cenário promissor deve-se, sobretudo, às condições climatéricas que se tem sentido, principalmente nas últimas semanas, quentes e secas, que propiciaram uma excelente maturação das uvas. Vindima-se no Minho, neste final de Setembro, com os termómetros a marcarem 27 e 28 graus.
Recorde-se que em 2008, a produção de Vinho Verde foi de 71,9 milhões de litros, mais 3,43% em relação a 2007.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

FEIRAS NOVAS UNIDOSE


Apelo a todos aqueles que, no próximo fim de semana vão estar nas Feiras Novas em Ponte de Lima. A Brigada de Trânsito não dará tréguas. Caso conduza, ou se não tem quem o faça por si, aceite a nossa proposta: recorra à unidose.

domingo, 13 de setembro de 2009

Lampreia para os "brasileiros"


Para muitos dos aficcionados da boa mesa, a lampreia é um prato imperdível. Com forte contigentação de apreciadores em Portugal e na Galiza, o ciclóstomo entra para a desova nos rios luso-galaicos de finais de Dezembro até Maio. É nessa altura que é convocado para os repastos que fazem as delícias dos palatos ibéricos. Mas o espaço luso-galaico é território de emigração. América do Sul é apelativa para galegos e portuguesas. Ancoram nas antigas colónias dos países de origem. A partida, a distância dos homens da sua pátria, não lhes apaga da memória as suas vivências. Como diria, Rosalia de Castro, a galega que tão bem poetizou o canto da partida

Adiós, ríos; adios, fontes;

adios, regatos pequenos;
adios, vista dos meus ollos:
non sei cando nos veremos.

Miña terra, miña terra,
terra donde me eu criei,
hortiña que quero tanto,
figueiriñas que prantei,

O afastamento do território de origem, a melancolia e os laços afectivos da distância, encurtam-se em cada regresso. É nessas voltas, que muitos daqueles que a milhares de quilómetros edificam dignidade de vida, também matam saudades da mesa prazenteira autóctone. Mas o tempo de lazer não coincide com o ciclo biológico destes ágnatos. Com o advento das primeiras arcas frigoríficas domésticas, a Ponte de Lima, em finais dos anos sessenta, a conservação dos alimentos conheceu impulso mágico. A salga dava lugar à congelação. E com a sua utilização a descoberta de novas possibilidades. Entre elas a conservação da lampreia. É assim que, desde dessa altura, a pensar nos seus amigos apreciadores de lampreia,vindos do Brasil, algumas casas limianas capricham em presentear e surpreender, fora da época, os ilustres visitantes com tão superior manjar. Proporcionar a degustação de lampreia em Agosto e Setembro é para nós um capricho gastronómico. Estamos a fazê-lo este ano pela primeira vez. Mas perante a aceitação evidenciada é para continuar. Com muito prazer.

domingo, 6 de setembro de 2009

Gastronomia com produtos locais

Arroz de galo


Na confecção dos alimentos procuramos adquirir produtos que nos garantam qualidade. Que sejam provenientes de uma agricultura, pecuária ou pesca afectas às populações que nos circundam. Onde a produção esteja assente, em modelos locais de pequena dimensão, não deixando no entanto de adquiri-los também noutras proveniências.
Enfim: que seja bom, limpo e justo e respeite a prática ambiental, as
pessoas que nele vivem e a diversidade de seus gostos. Neste contexto previlegiamos sempre a aquisição de produtos provenientes de pequenos e micro produtores que nos rodeiam no concelhos de Ponte de Lima e vizinhos. Preservamos a tradição. Não gostamos da padronização dos alimentos.
Desde a revogação por parte do governo do português da norma comunitária que nos proibía de adquirir produtos nos lavradores e pescadores vizinhos e até nas nossas próprias hortas e pomares, retomamos o nosso compromisso com a qualidade dos pequenos e micro produtores. Esta semana foi a semana do galo do campo. Fizemo-lo em arroz de cabidela, estufado com ervilhas ou favas, puré de batata e em vinho verde tinto. Uma perdição.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Degustação de gin


Decorreu durante a tarde da passada sexta-feira, a já habitual tertúlia anual de prova de gins. Evento organizado por Jullian Villamarin e associados. Três marcas presentes na degustação: Hendrick's,Master's dry gin e Vigne Florasion. O primeiro vindo da Escócia e caracterizado por várias infusões durante o processo de fabrico. O segundo, mais tradicional, feito a partir de cereais e bagas de zimbro e aromatizantes. Tipicamente uma versão londrina, mais seca. E, por fim, o francês feito a partir de uvas ainda verdes Ugni Blanc, da região de Cognac destilado quatro vezes para produzir a aguardente vínica neutra. Participam neste composto floral: zimbro, noz-moscada, semente de coentro, bagas cúbeba, raiz de gengibre, raiz de alcaçuz, cardamomo, casca de cassia e cal, que são infundidas por vários dias "com os espíritos" antes da destilação. Esta gin é então misturado com infusões do único Fleur de Vigne (flores de uva verde), bem como produtos vegetais frescos, e destilado novamente. São estas flores, flores de uva verde, que levam à denominação de Floraison.
Foram provados com sumo de limão e lima, água tónica indiana Fever-Tree e a já conhecida Schweppes.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Arrozal artístico





Arroz e Arte...

A foto da autoria de Narong Sangnak, mostra-nos um arrozal na Tailândia. A plantação desta gramínea, que alimenta grande parte da população mundial e onde os portugueses assumem um lugar de destaque, é aqui apresentada numa vertente de arte plantal.Esta variante de arroz e arte, foi concebida pelo movimento ambientalista Greenpeace e visa sensibilizar o mundo e o governo tailandês, sobre o problema das alterações climatéricas e modificações genéticas sobre os produtos alimentares

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ponte de Lima - Restaurante Bocados escolhido pela crítica eno-gastronómica inglesa




É com agradável surpresa que tomamos conhecimento da escolha do nosso restaurante na selecção do melhor que há em Portugal no campo ligado à gastronomia.Depois de já referenciado pela crítica gastronómica, portuguesa, espanhola, brasileira e francesa, é a vez, agora, do Reino Unido,através do livro The wine and food lover's guide to Portugal, da autoria dos reputados especialistas britânicos no campo da eno-gastronomia, Charles Metcalf e Kathryn Mc Whirten.
Bocados é referenciado como um sítio onde a cozinha tradicional portuguesa em especial a do Minho, assume protagonismo, destacando-se a forma como é trabalhada e adequada aos dias de hoje.
A publicação com 446 páginas, capa dura e com diversos capítulos de uma organização clara e irreprensível, destina-se essencialmente ao público das ilhas britânicas.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Uma grande portuguesa


Já no Facebook, há algum tempo, o tínhamos afirmado e, aqui hoje o reafirmamos: Leonor de Sousa Bastos é uma portuguesa de grande talento. Desde das Ilhas Baleares, onde está a fazer a sua pós-graduação em alta cozinha, delicia o mundo com as suas superiores criações de doçaria.No seu blog ,aqui adicionado como link amigo,também está presente a distinta qualidade fotográfica do seu companheiro Miguel Coelho, fotográfo de arquitectura.Além disso há muita sensibilidade e cultura.Irresitivelmente doce.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

la vache qui regarde vers nous


A própria imagem da vaca que aparece em todos os Limianos foi sofrendo ligeiras alterações sobretudo no olhar. "Anteriormente, a vaca olhava para o infinito e agora olha para nós".

Paula Gomes, directora de marketing da Fromageries Bel Portugal (marca que comercializa o queijo limiano)
Público 23/09/09

Raça minhota a excelência da carne autóctone


Postal ilustrado - Azenha de Estorãos - Ponte de Lima

Feira do Gado - Ponte de Lima


A excelência da carne de raça minhota continua à nossa mesa. Agora com o viçoso tenreiro vindo das fraldas e lameiros limianos, onde entre giestas e urzes mamou e já se iniciava no pasto. Servimo-lo no bem caracerístico e tenrríssimo estufado minhoto. Vitela de raça minhota em estufado de espumante de vinho verde tinto. Um sabor de classe, no Bocados.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O ABADE DE PRISCOS






É o pudim, mais famoso do Minho: o abade de Priscos. Um dos doces mais saborosos de Portugal. A sua génese situa-se entre o fim do século XIX e o dealbar do XX. O seu autor foi um padre, um abade da freguesia de Priscos (daí o nome), concelho de Braga. Gabado confeiteiro, o Padre Manuel Rebelo paroquiou quatro décadas em Priscos. Pastor de almas e fogões, tinha como devoção máxima, o Sagrado Coração de Jesus e a arte gastronómica. Era realmente grande cozinheiro. Um dos mais emblemáticos que o país já teve, embora nunca se tenha profissionalizado. Preparou banquetes reais e príncipescos. Políticos, diplomatas, aristocratas, intelectuais, artistas e prelados, deliciaram-se com o seu talento. Entre as veredas verdejantes do Minho, calcorreava quilómetros, com a sua maleta recheada de temperos secretos. Ninguém acedia ao seu interior, só ele próprio o fazia.
Desconhece-se o paradeiro do livro de receitas do abade de Priscos. De acordo com fontes familiares, continha as suas melhores concepções. Desaparecido misteriosamente do seu desarrumado escritório,procurou-se em arquivos, bibliotecas e alfarrabistas. Nada se encontrou. A receita do pudim só ficou conhecida, fruto de uma disputa pública e de uma convocatória de última hora para prestação de serviços culinários no Paço Episcopal de Braga. Para demonstrar a teoria de que ninguém conseguia repetir as suas criações, o abade de Priscos desafiou o cozinheiro do Paço, para um duelo de pudins, num almoço para altos dignatários da igreja. Cada um preparou o doce usando os mesmos ingredientes: toucinho fresco, gemas de ovos, açúcar e vinho do Porto. Só variaram as quantidades e alguns procedimentos. A vitória coube ao pároco.Foi aí que o padre Manuel Joaquim Machado Rebelo (1834/1930), natural de Tuiz, Vila Verde e abade de Priscos, perante a insistência de Monsehor Pereira Júnior, secretário da Câmara Eclesiástica, voltou a reafirmar os seus propósitos em recusar-se a ensinar os seus saberes da arte da cozinha. A ele como a outros mais insistentes, respondia. "Não lhe consigo dar, com as receitas, os dedos da minha mão e o meu paladar", respondia ele. O duelo acabou desvendando o segredo de uma das mais emblemáticas da doçaria portuguesa.
Hoje é uma das sobremesa mais ricas da farta mesa minhota. Atentos a isso, muitas vezes é por nós proposto, como postre escolhido do menu Bocados.

domingo, 24 de maio de 2009

Da costa minhota, o melhor peixe 1





É de domínio geral que a costa portuguesa oferece dos melhores peixes que há no mundo. A norte somos ainda mais privilegiados. É um gosto abastecermo-nos junto à costa minhota, onde os pequenos barcos de pesca artesanal vêm chegando a terra, carregados de pescado. Sábado estivemos em Vila Praia de Âncora, onde na comunidade piscatória temos amigos e muitas vezes nos abastecemos. É um regalo o peixe que trouxemos e que neste fim de semana estamos servir no Bocados.

domingo, 17 de maio de 2009

Bocados na Blue Day



Depois da Blue Living e da Blue Wine, fazerem uma reportagem sobre o nosso restaurante, é agora a vez da mais jovem revista do grupo Blue trazer nas sua páginas o Bocados. Assinada pela pena de Rita Amaral Dias, editora da publicação, a paleta de palavras, cores e sabores é completada pelas imagens de Ricardo Polónio.Um trabalho jornalístico que nos estimula.

domingo, 1 de março de 2009

Doze anos a passar o sabor de boca em boca


Começamos como bar de tapas e restaurante. Optamos seguidamente, por um conceito de pequeno restaurante cuja refeição assenta num conceito de degustação de um conjunto diversificado de pequenos pratos e sobremesa.
Assim nos temos mantido na senda da boa comida de raíz portuguesa, com uma apresentação adequada aos dias de hoje, e não esquecendo o contributo de outras procedências, para reconforto do palato daqueles que refeiçoam nesta casa.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dia dos Namorados


É sabado que os namorados celebram o seu dia. Um dia, em que os afectos passam também pela mesa prazenteira. Concebemos um menu para que a comemoração brilhe.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Dia de Sarrabulho


Sarrabulho, o prato mais emblemático da cozinha limiana, será servido no nosso restaurante ao jantar de 3ª feira dia 20 de Janeiro. Esta informação prende-se com a impossibilidade de contactarmos muitos daqueles que nos tem pedido a confecção desta iguaria. É necessário fazer reserva antecipada, pelo telefone 258942501.
O jantar será servido às 20,15h.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Lampreia








Lampreia, começou a época. Para aqueles que são apreciadores desta iguaria, podem a partir de hoje fazer a sua reserva para apreciação deste prato. Temos os sempre incondicionais amantes desta espécie, já com as suas reservas feitas, algumas na época anterior. Confeccionamos à bordalesa, em arroz, empada, oblea e este ano, vamos apresentar uma nova criação. Servimos a partir de um exemplar e o seu preço, varia conforme a oferta do pescador.








Aos rios grandes do Minho, a poesia de Pedro Homem de Melo, em fronteira, com a voz de Mariza

Rio Minho é rio norte
Rio Lima é rio sul
Depois o mar continua
Aquela fronteira azul
Rio Minho é rio norte
Rio Lima é rio sul