quarta-feira, 21 de abril de 2010

Zurrapa em Chaves


É sempre bom ir até ao Douro. A viagem que há anos era comandada pelo pachorrento trabalhar dos motores e sinuosidades montanhosas é agora ditada pelo asfalto comunitário, as performances vanguardistas da tecnologia mecânica automóvel e pela sempre bem quista apelação dos néctares durienses. E assim fomos nós, com dois destinos: almoçar em Chaves ( apelo do cantinho do holligan do FJV a recordar os embates futebolísticos dos anos setenta) e a um pedaço do coração do Alto Douro vinhateiro: a Régua.
Se Chaves, cidade, está mais cosmopolita diremos que sim. Um comércio atractivo, uma espécie de centro comercial ao ar livre na parte central da cidade e a preservação de testemunhos históricos edificados. Já a nossa incursão na sua gastronomia e produtos locais foi de chamar a legião romana, para nos pôr dali a andar. Com matérias primas de tão boa qualidade como é que é possível apresentarem alheiras dizendo certificadas como biológicas ou coisa que o valha, quando na verdade aquilo não passa de pão e sebo enfiado numa tripa seca? Da qualidade da refeição eu não vou falar porque não prestava. Agora da zurrapa que me fui colocada na mesa como vinho da casa é imperdoável! Não havia outros vinhos. Só cerveja e água. À memória veio-me o vinho dado na tropa nos idos anos setenta. Lembrança essa , ainda mais coroada aqui e agora, na mesa ao meu lado um jovem oficial que também provou o tinto, replicando com o rosto de um careto transmontano.
O que quer esta gente numa terra próspera na qualidade de matérias primas para um digno trabalho gastronómico?É o português na seu jeito meio estúpido de chico-espertice para o "negócio". Foi o fim da Incursão, esta não monárquica, mas sim zurrápica. Enfim, cheguei imperador, regressei como Paiva Couceiro.