Texto Francisco Torres Sampaio
Foto Luciano B
Por todo o Minho, a
matança do porco é dia de festa rija e de azáfama por e para toda a casa. O
"bichorro", medrado das lavaduras gordas, onde nunca faltou a farinha
milha, a cabaça e as couves do quinteiro, está pronto para o
"escochinar". Manhã cedo, após um bom "mata-bicho", o
"matador" está pronto para a função. Grande é a algazarra e muitas
são as ajudas, bem necessárias, pois o "condenado" é dos grandes e
vai espernear "com'ó raio"... Estendido na eira, já com as
"últimas" dadas e com o sangue já devidamente acondicionado (por
causa da vareja), prepara-se o "chamusco", a que se seguirá uma boa
esfregadela, aprontando-se o "bicho" para o "dependuro". No
dia seguinte, segue-se o "desmanchar", com a separação das
respectivas carnes: as que são para o fumeiro, para as sanguinhas e para o
sarrabulho e as que são da salga e que vão para a salgadeira, dando-se às
restantes o destino que se pretende... Tudo, ou quase tudo do
"bichorro", se aproveita! Terá nascido, exactamente no
aproveitamento, quase que integral, das carnes, sangue e ossos do animal, o nome
"Sarrabulho" que, cá pela nossa terra, significa, também, confusão,
barafunda e, até, pancadaria...
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