sábado, 12 de novembro de 2011

Castanhas e tradição


Na história da alimentação o seu uso é referenciado pelos também agora badalados gregos e romanos, que as utilizavam em banquetes. Estes povos do sul da Europa conservavam a castanha em talhas cerâmicas às quais adicionavam mel silvestre, fazendo uma deliciosa conserva, que lhes permitia não estarem sujeitos à sua utilização só na época da colheita. Foram os romanos que a trouxeram para Portugal. A sua utilização nas receitas conventuais da Idade Média, diz do seu protagonismo gastronómico, que prevalece até aos dias de hoje. Associada ao ritual do S.Martinho é consumida por esta altura em todo o Portugal. Esta semana também foi um dos ingredientes trabalhados por nós. Nos saborosos rojões limianos, acompanhando pombos bravos, ou numa versão de um espesso puré marrom parceiro de uma suculenta vitela minhota assada na lenha. No seu lado doceiro criaram-se o napoleónico marron glacé e um conventual pudim de castanhas. A doçaria foi escoltada, com duas superiores versões experimentais de jeropiga: a duriense da Quinta da Estrada ( José Lacerda) e de terras do alvarinho, dos manos Pinheiro ( Quinta de Alderiz). Dois mimos, do melhor que até hoje se provou.

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